Engraçado que há dias não conseguia concluir uma interação completa, do relax, passando pelo rapport assumido até a persistência e o close. Cheguei a abordar duas meninas nesses dias, mas a interação não foi à frente. Ontem, por exemplo, uma atraente morena sentara no banco da frente do ônibus e eu desci junto com ela. Ela estava de headphones, o que torna mais desafiante puxar conversa. Ela desceu reclamando porque o motorista parou longe do ponto onde ela fizera sinal, e isso foi o pretexto para conversar. ELa disse que estava muito atrasada e foi embora, e eu não quis segui-la. Acho que uma coisa é persistir até o fim, outra é dar uma de tarado. Talvez eu mude esse conceito, mas acho que existe uma sutil diferença entre persistir e insistir ou "trying so hard".
Hoje, no metrô, uma pitoresca menina, uma morena que parecia uma índia, magra e esguia, me chamou a atenção mais pelo exotismo de seu grande tribal no braço que propriamente pela estonteante beleza. Comentei animado sobre o tribal, e ela comentou sobre um índio que fizera o desenho, parte de uma tribo ocupada no Maracanã. É assim, conversando com pessoas diferentes, que descubro fatos interessantes fora do meu campo cotidiano de percepção.
Ela era estudante de antropologia e relacionei isso com a Psicologia, e com minhas aulas de Antropologia Cultural no IFCs. Ela conversava sobre generalidades e a conversa não emplacava no rapport que eu tentara presumir. Enfim, mantive até o fim a interação, sugeri que ela me convidasse para ver a ocupação indígena, mas ela disse que eu poderia ir sozinho. Anti-social, eu comentei, rindo... a minha vibe animada contrastava com a sua frieza. Eu ainda disparei sobre a antropologia comum de conhecer uma pessoa diferente no metrô, a descoberta de um universo, um infinito particular (Obrigado, Marisa Monte e Zero). Mas nada parecia hoocar. De qualquer forma, ela estava ali, e respondia. Serviu para eu testar meus próprios limites e continuar conversando. Mas foi bem desanimante. Pelo menos, rompi a barreira da quinquagésima interação RAP do meu bootcamp, feito tão solitariamente. Estou MUITO empolgado sobre Fundations, não vejo a hora de ir para o Advanced. 49 to go.
Fecho com o comentário sobre um livro que estou lendo sobre a biografia de Vinicius de Moraes, "o poeta da paixão". Devoro as páginas entrando em contato com esse sedutor apaixonante que usava a poesia e seu próprio lirismo e sensibilidade para se comunicar com a própria alma, e conquistar mulheres e amigos. Vinicius tem muitos traços que aprecio: seu amor pelas mulheres, seus muitos amigos, vários deles ilustres, sua habilidade poética, sua alma cigana, seus amores profundamente intensos, mas fugidios: "não seja imortal, posto que chama, mas que seja infinito enquanto dure", esse quase lugar comum.
Por outro lado, Vinicius é dependente das mulheres por quem se apaixona. É seu antídoto contra o tédio e a loucura, apaixonar-se. E quase se esvai quando termina. Há semelhanças entre suas paixões avassaladoras e as minhas, mas a diferença é que amei loucamente, vivi um grande amor e abdiquei dele, por mim mesmo, por me amar a mim mesmo mais que tudo, e não querer me escravizar numa prisão que seria, no futuro, um suplício.
Enfim, somos poetas, sedutores, carismáticos, almas profundas capazes de grande frivolidade, sobretudo regidos por Baco, deus do vinho. Minha próxima leitura será uma odisséia literária: ler as memórias completas de meu tataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataratataravô Giacomo Casanova. São 10 tomos enormes. Adoro ler, é uma de minhas maiores paixões.
Quarta 12/11
Hoje, no elevador, indo embora do trabalho, avisto uma morena muito atraente, enquanto papeava com colegas despropositadamente. Não resisti e a abordei, comentando que ela estava com uma cara de cansada e que o dia deveria ter sido daqueles (rindo). Ela assentiu, rindo, e aproveitei para descobrir em que área ela trabalhava. Por motivos óbvios, a persistência fica por conta de próximos encontros, visto que ela é nova no prédio e vamos nos esbarrar muitas vezes. Flertes com colegas de trabalho são especialmente desafiantes e "inspiram cuidados".
Depois de 4 meses saindo com a Ariana que conheci no metrô, uma morena esguia de 1
80, corpo escultural e que me encantou com seus cuidados e sua frase cheia de si "eu me basto", acho que está na hora de me desvencilhar para me dedicar com mais afinco às minhas missões pessoais. Ela começa a demonstrar ciúmes e contrariedade. Ontem, ficou mal-humorada quando tergiversei com sua insólita pergunta: "você fica com outras meninas quando sai com seus amigos à noite". Não precisei dizer que sim, mas não disse não. E ela entendeu. Eu lhe disse que prezo minha liberdade e não quero precisar dar satisfação da minha vida pra ninguém... Quero minhas noites livres para novas conquistas... Hoje tem! 48 to go.
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