
DIONÍSIO
Deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer vinho. Foi identificado ao romano Baco.
Filho de Zeus, Dionísio normalmente é caracterizado de duas maneiras. Como o deus da vegetação - especificamente das árvores frutíferas - ele freqüentemente é representado em vasos bebendo em um chifre e com ramos de videira. De acordo com a tradição, sua concepção ocorreu em Tebas, quando sua mãe, Sêmele, filha de Cadmo, o fundador da cidade, foi amada por Zeus que se disfarçara de homem. A vingativa Hera, irmã e esposa deste, adotou a aparência da antiga ama-de-leite de Sêmele e se negou a acreditar que Zeus fosse o pai do filho que a princesa tebana esperava a menos que esta convencesse o deus que o demonstrasse, apresentando-se diante dela com o seu verdadeiro aspecto. Sêmele, então, preparou uma armadilha e o fez apresentar-se, então, como realmente era. O brilho de Zeus, no entanto, a fez encolher até converte-la em nada. Zeus, contudo, salvou Dionísio de seu ventre e, durante meses, o levou no seu músculo até que o menino pudesse sair ao mundo. Outra tradição, contudo, credita sua maternidade a Perséfone, rainha dos infernos.
Ele eventualmente tornou-se o popular deus do vinho e da alegria, e milagres do vinho eram reputadamente representados em certo festivais de teatro em sua homenagem. Dionísio também é caracterizado como uma alegre divindade cujos mistérios inspiraram a adoração ao êxtase e o culto às orgias. De fato, era bom e amável àqueles que o honravam, mas trazia loucura e destruição para aqueles que desprezavam as orgias a ele dedicadas. De acordo com a tradição, Dionísio morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra com o reflorescer das plantas e a nova frutificação das árvores, personificavam a promessa da ressurreição do deus. Dionísio era também conhecido entre os gregos como Baco, um nome que se referia aos altos brados com os quais Dionísio era adorado nas orgias, ou mistérios dionísicos.
Estas celebrações frenéticas, que provavelmente se originaram em festivais primaveris, ocasionalmente traziam libertinagem e intoxicações. Esta foi a forma de adoração pela qual Dionísio tornou-se popular no século II a.C., na Itália, onde os mistérios dionísicos eram chamados de Bacanália e, posteriormente, bacanais (os quais, hoje, são sinônimo de orgias). As indulgências das Bacanálias tornaram-se extrema, e as celebrações foram proibidas pelo Senado Romano em 186 a.C. Entretanto, no século I d.C. os mistérios dionísicos eram ainda populares, como se evidencia em representações encontradas em sarcófagos gregos.