terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Memorias de Casanova



 
Terminei de ler uma biografia sobre Casanova. Não ainda as Memórias de dez volumes, como está fazendo o Milord, embora seja meu novo projeto literário, também. Casanova era e é, cada vez mais, minha inspiração em vida. Por que? Porque ele viveu apaixonadamente a vida até o fim, sem se envergonhar, independente de não ter nascido nobre numa época em que só se valorizaravam os aristocratas. Ainda assim, ele frequentou a corte de reis, seduziu amantes de príncipes, cortesãs e princesas, comeu e se regalou como um nobre, teve vasta cultura, viajou o mundo europeu conhecido, se reinventando a cada instante.


Além das habilidades, da vida incrível, de seu oportunismo, persistência, genialidade, cultura, talento, empreendedorismo, também vi sua derrocada, que veio com a idade e a frustração por ter perdido a fortuna e não ter podido aproveitar a própria fama em vida.

Fantástico ele ter conhecido reis e princesas, papas, bispos. Foi assíduo na corte francesa em plena Belle Epoque, milionário dono de lotérica em pleno Ancient Regime, tendo coloquiado com Voltaire, Rousseau, Madame Pompadour. Era um diletante, um internacionalista. Estudante de Cabala, manipulador de senhoras milionárias, soube extorquir e ludibriar, quando preciso.   

Tinha uma enorme habilidade não apenas de seduzir, mas de fazer amigos por onde passava. Tornou-se, rapidamente, amigos dos artistas do teatro, dos boêmios, dos soldados e policiais que tentavam prendê-lo, de príncipes, abades, imperadores, duques, cortesãs. Tirava proveito de todos. Mas nunca se recusava a ajudar um amigo em apuros, ou uma dama em dificuldades. Ao mesmo tempo que era um grande aproveitador, também era generoso e cavalheiro.


E também me marcou Casanova ter tido retumbantes fracassos em conquistas, e não apenas sucessos. Prova que mesmo um Casanova não é infalível, embora fosse corajoso, ousado, persistente e oportunista sempre.

Seguem alguns textos sobre este homem fascinante de vida mais ainda.
A turbulenta vida de Casanova.
por Alfredo de Musset.

Nunca ficaram, por acaso, atrás de uma vidraça, espiando num dia de chuva os cavalos de um carro, parados durante horas a fio, na porta de alguma casa, resignados e pacientes? Só o chicote do dono, pode pô-lo em movimento.De cabeça baixa, tristemente maltratados pelas gotas que caem, dá até tristeza olhar. Pensar que um animal tão nobre se resigna a este estado. E se os, compararmos, com os cavalos de corrida, tão orgulhosos, olhos vivos, patas flexíveis e ligeiras? O que deduzimos ao ver-mos os dois? Ambos são animais da mesma espécie? Sim, porém de sangue diferente, apesar dos músculos e da estrutura serem semelhantes.
Um pertence às gerações sofredoras e que gemem em silêncio, amarrados a uma mesma pedra, que há-de ser o seu túmulo. O outro assemelha-se mais ao aventureiro de capa e espada, que entrega a sua vida ao destino, ao acaso, como uma pena ao vento. Qual dos dois, tem melhor noção da vida? E porquê?
Cada um pode servir de tipo, a uma classe enorme de indivíduos da espécie humana. O primeiro representa os indivíduos tímidos, medrosos, e sempre agarrados às pedras, no mar da existência. O segundo, os que agitam os braços com audácia, e se lançam às ondas. É claro, que nem para todos, os ventos são favoráveis.
Da primeira classe, saem os pequenos comerciantes, os empregados, os clérigos,as donas de casa, os poetas medíocres; da outra, os guerreiros, os aventureiros, os grandes artistas, os homens do mundo.
Jacques Casanova, nasceu em Veneza no século XVIII, chegou a ser o homem mais célebre daquele século. O dr. Gall, encontrou no seu crânio características que distinguem os cérebros dos imperadores. A actividade, o vigor,a intrepidez, o arrojo são os seus elementos. Não só ele jamais hesitou, como jamais pensou que pudesse hesitar. Infelizmente nasceu numa baixa esfera social e dali, lutando contra as circunstâncias, foi subindo. De oficial passou a seminarista, a violinista e assim tudo que lhe aconselhava a sua irrequieta imaginação. Foi mais do que tudo, o primeiro e o maior dos grandes aventureiros.
  Para conhecê-lo bem, vamos analisar o seu livro, que é o mesmo que analisar a sua vida. Nele escasseia a razão, a religião e a consciência muito mais. Solucionava os factos com delicadeza, tratava as mulheres apaixonadamente. No jogo era extremamente feliz. Passeou pelo mundo todos os seus caprichos e as suas loucuras, mas voltando sempre a Veneza. Esteve nos jardins do papa, como religioso; remou para as marquesas, bateu-se pelas bailarinas; era um mosqueteiro terrível; quando gran-senhor, era generoso e correcto.
Aqueles que admiram Benevenuto Cellini, devem admirar Casanova. Entre os dois há uma grande semelhança, ambos foram uns mentirosos empedernidos, com esta diferença: Cellini mentia as três quartas partes do seu tempo e Casanova mentia até para si mesmo.
Muitos, quando se fala de Casanova, levantam os ombros ligeiramente: — Bah! um homem que não vale nada. — No entanto, é um erro fundamental.

Isto é verdade: não aconselharia às pessoas, que gostam do sentimentalismo alemão, que abrissem o seu livro: porque ele é um homem do Meio-dia. O amor é uma planta que o sol amadurece de acordo com os diferentes países e segundo a obliquidade dos seus raios, e dá ao coração do nosso aventureiro um estranho carácter.
Seus arrancos amorosos, são impulsivos e fogosos. Que diria o bom Werther, das curiosas declarações de Casanova? Que opinião teria ele de uma paixão desordenada; sem gosto e sem política? Sim, também sem timidez. Mais que uma paixão italiana, pareceria um ódio espanhol.
«…porque eu amo-te - disse Casanova, a uma Henriqueta — de tal forma, que se prometes ser minha, fico aqui. Ou por outra, ficamos aqui, porque se fugires, considerar-me-ei o homem mais desgraçado, só em pensar que poderás ter um outro amante, um marido, ou mesmo, que te vais encontrar com a tua família… Esqueçamos! é uma palavra fácil de pronunciar; Escuta formosa Henriqueta, se o esquecimento é possível para um francês, para um italiano como eu é impossível…
Enfim, minha senhora, apenas espero que me respondas sim ou não. Se devo ficar ou se devo partir. Se os teus lábios dizem que sim, ficarei aqui até enquanto me ordenares. Se é não, o que os teus lábios perversos vão pronunciar, apesar de não acreditar nisto, porque eles só foram feitos para os beijos, amanhã mesmo partirei para Nápoles, sem poder nunca esquecer a paixão que me inspirastes…»
Assim como era para o amor, era apaixonado nos seus ódios. Os seus duelos terminavam sempre ou por ferimentos graves ou com a morte do adversário. Porém o mais interessante, é que depois do primeiro momento, passada a sua fúria, compadecia-se do ferido. Por causa dum desses duelos, foi parar à prisão de Plombs, em Veneza.
Quase um volume inteiro, da sua obra, é consagrado para narrar a fuga deste homem extraordinário da famosa prisão de Plombs, e todo ele é interessantíssimo. Não é possível dar-se uma ideia do assunto neste pequeno resumo. Mesmo em Paris, amava à moda veneziana. Assim também quanto às suas vinganças. Tudo isto, nos seus livros, formam capítulos interessantes e encantadores.
São muitas as edições das memórias de Casanova, que já foram feitas. Alguns que se encarregam de recopiá-las, suprimiram partes da sua vida, que não consideraram apropriadas para o público. Contudo eu acho que todas elas são legíveis e dignas de serem conhecidas. São admiravelmente sinceras e revelam urna vida extraordinária, jamais até hoje igualada. Para isso, seria preciso que nascesse outro Casanova.

 Testemunho do Wikipedia...

Giacomo Girolamo Casanova (Veneza, 2 de abril de 1725 - Dux, Boémia, 4 de junho de 1798) foi um escritor e aventureiro italiano.


Giacomo Casanova

Interrompeu as duas carreiras profissionais que iniciou - a militar e a eclesiástica - e levou uma vida acidentada.

A cidade onde Casanova nasceu em 2 de Abril de 1725, proporcionou aos turistas um acervo de centenas de peças vindas de museus dos quatro cantos da Europa, do Louvre ao Ermitage de São Petersburgo, de Dresden a Varsóvia, de Estugarda a Aix-en-Provence, de Viena a Amesterdão.

Filho de uma actrizinha de 17 anos de idade e provavelmente do nobre Michele Grimani, proprietário do Teatro de San Samuele onde a sua mãe passou a actuar, Casanova teve uma vida apaixonante, tendo sido inicialmente orientado na sua educação para a vida eclesiástica.

Uma aura mágica envolve toda a sua vida de debochado, libertino, coleccionador de mulheres, escroque e conquistador empedernido que percorria os bordéis de Londres todas as noites para ter relações com mais de 60 meretrizes, aquele homem que conseguiu fugir das masmorras do Palácio Ducal de Veneza, com uma fuga rocambolesca pelos telhados do palácio, depois de estar prisioneiro durante 16 meses.

Tinha sido preso na madrugada de 26 de Julho de 1755, sob a acusação de levar uma vida dissoluta, de possuir livros proibidos e de fazer propaganda anti-religiosa. Esperavam-no cinco anos de cativeiro. Na sua primeira cela minúscula, Casanova nem se conseguia erguer.

Cedo adoece, mas mesmo assim planeia uma fuga e cava um túnel, descobrindo desesperado que os seus planos estão condenados ao fracasso quando o mudam de cela em 25 de Agosto.

Mas com um companheiro da prisão, o abade Balbi, planeia meticulosamente nova fuga. Na madrugada do dia 1 de Novembro de 1756, escapa-se por um buraco que conseguiu escavar no tecto da cela e trepa para os telhados do Palácio Ducal de onde não consegue descer.

Esgotado pela procura de uma escada ou de cordas que lhe permitirão sair do telhados que percorre durante toda a noite, Casanova adormece por um par de horas nas águas-furtadas, uma espécie de forro interior dos telhados do Palácio, mas os sinos da Basílica de São Marcos acordam-no providencialmente e forçam-no a procurar novamente uma outra saída.

Acaba por penetrar novamente na Sala Quadrada do Palácio Ducal servida pela Escada dos Gigantes, decorada pelo famoso arquitecto Sansovino no século XVI. Um guarda vê os dois fugitivos e, pensando que são magistrados de Veneza que ficaram até altas horas da madrugada a trabalhar nos processos judiciais, abre-lhes a porta e deixa--os sair pela Porta da Carta, a entrada habitualmente usada para o ingresso no Palácio dos Doges.

Casanova atravessa a Piazetta numa corrida desesperada ao longo das colunas do Palácio Ducal e atira-se para dentro de uma gôndola, escondendo-se da curiosidade dos transeuntes sob a antiga protecção que muitas destas embarcações possuíam outrora, uma cabina chamada "felze" que foi proibida mais tarde, devido aos encontros amorosos que o esconderijo facilitava.

O aventureiro atravessa a fronteira, parte para Munique e só regressa a Veneza vinte anos mais tarde, em 1785, vindo de Trieste e com a incumbência de escrever regularmente relatórios secretos para a Inquisição de Veneza sobre as pessoas que ele frequenta nas suas longas noites de jogo e de dissolução.

Cruel ironia do destino que ele aceita, existindo cerca de 50 relatórios onde ele acusa nobres e banqueiros de adultério e deboche, da posse de livros cabalísticos e proibidos, de conjura contra o Estado ou de vigarices, crimes que não lhe repugnava cometer!

Em 1772, é recebido novamente no palácio dos Grimani, uma família patrícia de Veneza com a qual pensa estar aparentado, mas por causa das dívidas do jogo envolve-se num confronto com um dos aristocrata de onde sai humilhado, com toda a gente a troçar da sua situação.

Vinga-se ao escrever uma brochura intitulada "Nem Amor Nem Mulheres ou o Limpador dos Estábulos", que todos reconhecem como um retrato do nobre Grimani. Os Inquisidores ameaçam-no e ele é forçado a abandonar Veneza onde nunca mais regressou. A sociedade aristocrática e absolutista do Antigo Regime não podia permitir as ousadias da vingança de um plebeu contra um nobre.

Viaja novamente até Paris e, mergulhando nos salões eruditos e nas bibliotecas, transforma-se num Enciclopedista à maneira de Voltaire, Diderot, D' Alembert e do Barão d' Holbach.
Irrequieto e agitado por uma inquietação que nunca o abandonou em 73 anos de vida, este sedutor em movimento perpétuo passa grande parte da sua vida em viagens por Avinhão, Marselha, Florença, Roma, Praga, São Petersburgo, Istambul e Viena.

Viajou por toda a Europa e conheceu todos as personagens relevantes da sua época. Personagem, por sua vez, característico do Iluminismo do século XVIII, epicúrio e racionalista, é recordado sobretudo pelas suas inumeráveis histórias galantes. Já idoso, em 1788, foi nomeado bibliotecário do conde de Waldstein-Wartenberg.

Dedicou os seus últimos anos à escrita de um romance, Isocameron, e, especialmente, à redacção das suas memórias, História da minha vida, volumosas e escritas em francês, que constituem um fascinante testemunho da época. Desde a sua primeira publicação, em 1822-25, fizeram-se múltiplas edições novas retocadas. O original integral não foi publicado até 1960. Nos 28 volumes que compõem suas memórias, Giacomo Casanova diz ter dormido com (122) mulheres ao longo da vida.



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