quinta-feira, 16 de julho de 2009

Viagem ao fim do mundo - parte 1 - não chorem por mim, argentinas!



Voltei de Ushuaia e confesso que ainda não me recuperei do estado de choque catatônico em que me meti. Descobri que o mundo é pequeno e que posso conhecê-lo, que há mais mil e uma noites ao redor do mundo do que supõe minha vã filosofia, restrita às nites cariocas e brasileiras, que viajar sozinho é possível e delicioso, que as mulheres argentinas e do fim do mundo não são um bicho de sete cabeças, e que o jogo funciona no mundo todo. Sobretudo quando se é natural.

Poderia fazer desse blog um relato detalhado de minhas viagens, que doravante serão muitas ao redor do mundo, mas não tenho tempo agora e nem acho que é o foco de vocês, leitores. Assim, faço um briefing dos principais acontecimentos bombásticos de minha estada.

Pra começar, em Buenos Aires foi incrível, revi amigos argentinos (todos PUAS) como o velho Axel, que levaram a mim e ao bro Spirit para as melhores baladas porteñas, com altas gatas, muita badalação e muita facilidade de abordagem e interação com as chicas, mas com uma dura dificuldade para closear. As argentinas são escorregadias, e meu mano Axel disse que no Brasil as coisas são mais fáceis e aqui na Argentina o buraco é mais embaixo. Eu comecei a acreditar, depois de 3 noites incríveis na Liquid e em outras boliches...

Na primeira noite, eu me hospedei num hostel na Cache Florida, excelente dica para quem viaja sozinho e quer fazer amigos e badalar. Fiquei empolgado, porque estava rolando uma festinha e, na pior das hipóteses, eu cairia por lá. Depois de fazer o check-in, desci a escada que dava para o salão onde rolava um rock, e não tinha muita gente nas mesas espalhadas ao redor e na pista de dança. Consegui marcar com o Axel na tal Liquid e, enquanto falava com ele ao telefone, conheci duas belas brasileñas que estavam marcando um táxi para ir para a nite. Eram gaúchas e atraentes, e logo estávamos no mesmo táxi, conversando animados e eu as convencendo de ir pra boate. Elas disseram que iam para um bar perto dali e voltariam depois.

Fiquei na fila, enfrentando o frio de 5ºC com uma jaqueta de couro corajosa e meu boné, e logo comecei a conversar com 3 chicas à frente na fila, uma loirinha baixinha, a mais gata, que era porteña, uma equatoriana também mediana na altura e na beleza, e uma simpática mexicana muito carismática, que me encantou. Fiquei papeando com elas em inglês e num portunhol macarrônico. Dali a pouco chegaram as brasileiras e eu me senti muito bem, num país desconhecido, cercado de brasileiras e latinas, com o valor social lá no Himalaia.

O humor foi piorando porque eram quase 3 e nada de a fila andar. As noites começam tarde em Buenos Aires, depois de 1h, porque o povo sai para jantar e depois é que encara as boliches. Fato é que as brasileiras, depois de um tempo, desistiram e eu entrei com as latinas, mas não achei os amigos porteños. Estava lotado lá dentro, eram dois andares, a pista logo na entrada, tocando um som bom, acho que um rock ou eletrônica. Eu mal conseguia andar, e isso era bom para alguém sozinho, já que rodei tudo e me perdi das meninas e não achava os porteños. Desisti de procurá-los e resolvi me divertir sozinho, falando mal o portuñol e quase ninguém falando inglês.

Conheci algumas meninas, me comunicando como podia, até com gestos,sacaneando, é claro. Cheguei a isolar umas 3 belas argentinas em momentos diferentes, mas, na hora de closear, eram mais escorregadias que enguia. Não me importava, eu estava feliz por estar ali, estava confortável no novo país, novo idioma, som bom, as Quilmes geladas a litro de 13 pesos, eu definitivamente estava curtindo. Lá pras 5h, amanhecendo, resolvi que era o bastante e fui descansar, pois queria conhecer Buenos Aires.

No dia seguinte, fiz uma city tour pela bela cidade, e embora tenha dormindo em quase metade da viagem, e morrendo de dor de cabeça e frio, na parte em que estava acordado achei os bairros lindos, Porto Madero, Boca e o Bombonera e Camiñito, o centro cívico, o jardim botânico da cidade e muitos outros belos lugares que é impossível conhecer em uma semana, que dirá em uma reles tarde sonolento. O amigo Spirit chegou à tarde e me juntei a ele, contando as aventuras da noite anterior.

Naquela noite, fomos jantar no Siga de La Vaca, comida farta, com uma chapa de todos os tipos de carne à vontade por 80 pesos, uma barbada. Banqueteamo-nos, trocamos idéias sobre os próximos passos da viagem e, na hora de pagar a conta, conheci uma brasileña gaúcha balzaca no balcão, que esperava um táxi para voltar para casa. Bela e carismática, que ria das piadas que falava com o garçon porteño sobre o lugar. Logo, estava de assunto com ela, e a convidando para se juntar a nós no Cassino. O tal cassino era imponente, na verdade um cassino-flutuante, constrúido num navio para driblar as leis federais argentinas.

Enquanto o bro Spirit passeava como uma criança para conhecer as mesas de aposta, eu levei a gaúcha para o bar e segui naturalmente os passos de seu Miaggi Gunwitch... assumi rapport como velho amigo, abusei dos toques, da proximidade, do olhar e da voz, até que a derreti para muitos beijos. Ainda cogitei isolá-la para a cama, mas como fazer com meu companheiro de viagem? Acima de tudo, a regra dos bros, não deixe seu bro na mão num país desconhecido por causa de uma chica. Ela pode esperar. Ela acabou indo embora depois e eu perdi o cobertor de orelha, mas ainda tinha uma boliche pela frente, e desta vez não haveria desencontro.

Achamos os amigos porteños e fomos beber num bar para aquecer e trocar idéias. À exceção do Axel, mais experiente e natural, atualmente namorando e instrutor de PNL, os demais pareciam estar começando no jogo e estarem praticando MM. A despeito disso, eram caras carismáticos e divertidos, e eu e o bro Spirit gostamos muito de conhecê-los. Caras que valem a pena chamar para ir pra nite para zoar a porra toda. Os amigos nos levaram para uma boate num bairro que não faço idéia da localização, mas que era enorme e estava ... VAZIO! ISso era mais de meia-noite, e conhecemos, logo de saída, adivinhe, duas brasileiras gatíssimas, que logo cooptamos para nossa órbita.

MAs alguns minutos depois a noite começou a lotar espantosamente, até que não quase havia espaço para nos movimentarmos. Fazia tempo não via tanta mulher bonita junta, que delírio latino. Fato é que ninguém ficou parado, todos foram abordar suas chicas, e eu estava on fire, conhecendo um grupo de 4 meninas e conseguindo isolar uma delas e... mais uma vez, ela escorregou. O que estava falhando? Eu não sabia, mas aquilo era desafiante e divertido. Conheci várias meninas, duas delas me pagaram cerveja, batíamos altos papos em inglês e algo em portuñol, enfim, eu me divertia bastante.

Não me lembro de mais detalhes, a não ser que, no fim da noite, Axel estava com a namorada e ainda tentou me empurrar uma balzaca que estava a fim dele... Bro estava tão estupefato quanto eu por conseguir abordar e interagir facilmente com tantas chicas porteñas, mas sem closes até aquela hora. Depois de dançarmos, gastarmos o portuñol, zoarmos com os amigos porteños e vibrarmos com todo entusiasmo que podíamos, estávamos cansados e acabamos a noite comendo um hot dog com cerveja.

A manhã seguinte era domingo e fomos ao mercado San Telmo e à rua Dorigo. Lá, além de toda a cultura local fervilhando nas ruas, conheci uma brasileira e uma porteña que dançavam tango em plena rua, mas o máximo que consegui delas foi uma foto e o convite para irmos a uma apresentação à noite. Fizemos compras de antiquários no mercado gigante, bebemos DUFF na cervejaria local, dançamos samba no meio de uma batucada divertida de porteños, andamos a pé à noite pelo perigoso e belo bairro Boca, e depois fomos ver um show de tango no Café Tortoni, tradicional bar da cidade.

Depois do Tortoni, outra boliche de despedida com os amigos porteños, e, como na noite anterior, o quadro se repetiu: uma noite bombástica, lotada de gatas, bom som, cerveja quilmes boa e barata, zoeira com os amigos falando em portuñol e muitas abordagens incríveis e bolas na trave. Como me lembra o GUN, relaxar quanto aos resultados, chico!

No dia seguinte, viajamos o dia todo para Bariloche, onde novas aventuras me esperavam...

Depois de nos hospedarmos num belo hotel à beira do lago Nahuel Huapi. Vê-se o imponente lago da varanda do Hotel, com as montanhas de picos gélidos ao fundo. No primeiro dia, aproveitamos Bariloche, almoçamos bem e fomos a Cierro Catedral. Infelizmente, não havia neve para esquiar, mas tinha neve suficiente para eu acertar o mano Spirit várias vezes com bolas de neve. Tanto,que o coitado pegou tanto gelo que se quedou doente... ao final, descobriu-se que ele contraiu a terrível gripe porcina (H1N1), mas graças à forte proteção divina nada me ocorreu.

Moral da história, aproveitei intensamente uma semana em Bariloche, conhecendo vários "cierros", serras geladas que tinham vistas paradisíacas, além de bons restaurantes e bares, e o mano ficou isolado no quarto do hotel. No último dia em Bariloche, fiz uma das mais belas viagens da minha vida, indo para El Bolson, uma vila de hippies latinos que vive de artesanato e turismo, e onde há um belo parque nacional onde se pode fazer esportes de neve. Ainda dei uma sargeada de leve na atendente simpática do restaurante onde comi um delicioso cordeiro patagônico e saboreei uma gelada e leve cerveja artesanal feita com água dos glaciais... fino!

Fico pensando o que os leitores ávidos por field reports estarão achando dessas aventuras. Fato é que em Buenos Aires eu tinha sargeado, mas só aproveitara mesmo os beijos de uma brasileña. As belas porteñas pareciam belas sereias escorregadias. Em Bariloche, sozinho, preferi me dedicar ao turismo e não fiz aventuras noturnas, muito por falta de opção e companhia do meu bro que estava enfermo. Mas, decidira-me continuar a viagem, e boas histórias me aguardariam...

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara, vc escreve muito bem, tava pensando em fazer uma viagem assim, pode até ser pelo Br mesmo, mas só me hospedando ou tendo PUAS como guias, sacas? E no final, argentinas dificeis mesmo? ql o placar? 0 BR? Nada de besos?

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