Interação natural da padaria ao bar...

Um carismático sempre está aberto à interações, esteja envolvido em relacionamento sério ou não. Se está "solteiro", qualquer interação é um aprendizado e um aquecimento para uma vibe mais social. Quanto mais falo com pessoas, mais carismático me torno.

Naquele dia, eu estava "solteiro". Tinha terminado com a namorada por quem era apaixonado, e estava indeciso se me mantinha assim, livre para voar e sargear, ou se voltávamos. Minha indecisão durou uma semana. Um pouco antes de conversar com minha ex, estava na padaria comprando um pão, e de repente avisto uma bela morena, seus 29 anos, com um carrinho de compras.

Ao passar por mim, ela esbarra e eu dramatizo: "cuidado com a sua carteira!!!"... ela olha para baixo, pensando que eu me referia à sua carteira de dinheiro, e eu, rindo:
"Estou dizendo que dirigindo desse jeito você vai ter a carteira suspensa..."... ela não pôde conter o riso. pronto, eu estava on...

Desse pequeno quebra gelo, pedi a opinião sobre algum doce diferente da casa, e ela sugeriu uma cuca de banana... eu lambi os beiços, porque adoro doces de banana. Acabei por apanhar um bolo, pois não achei a cuca, e entrei na fila. Ela estava atrás de mim, e continuei conversando. Não lembro bem o que falamos, mas foram amenidades sobre o bairro. Acho que comentei de seu bronzeado e lastimei minha brancura, apesar de morar perto da praia...snif! Ela falou que tinha ido a Búzios no carnaval, etc etc

Era minha vez de me abrir. Disse a ela que era um sujeito dividido. Amava o dia, mas venerava a noite. Oh dúvida cruel! E que ambos são (quase sempre) inconciliáveis. Se quero escalar num domingo de manhã, é certo que não poder ir para o forró que adoro na noite anterior... se quero malhar todo dia, preciso parar de sair durante a semana.... OH VIDA!

Mas disse, meio como um segredo, que se ela atraísse o sol no fim de semana, como havia feito no Carnaval (pois aqui no Rio foi só chuva, saco!!!!), a gente poderia pegar um bronze no Leme. Mas que ela deveria entender que eu, branquelo, preciso me untar de protetor 50, algo que ela, do alto de sua morenice, não precisava.

Assim fomos, do humor à naturalidade, até que peguei seu telefone para a gente ir à praia no fim de semana, mas se chovesse eu ficaria muito decepcionado com ela, que teria afugentado o sol...heheh
Despedimo-nos... e depois percebi que meu aparelho não gravara seu número, apesar de ela ter pego o meu... mulheres jamais ligam, dizem. Ainda tentei achá-la, mas a barbeira já tinha saído cantando os pneus de seu carrinho de compras.
No dia seguinte ela me mandou uma mensagem... comentava sobre o dia nublado, e a torcida para o sol no dia seguinte... o melhor, o telefone vinha junto. YEAH!

Marcamos no mesmo dia, ou melhor, à noite, perto de minha casa. Sim, é sempre bom ela fazer um esforço, embora ele deva ser gradual. Fomos para um badalado bar nas redondezas - eu já tinha me adiantado e feito a reserva, para não apanharmos fila...
Era o meu primeiro "second day" com uma mulher depois de ter terminado meu namoro...
Eu estava disposto a não jogar métodos enlatados, queria praticar meu novo conceito de PU: um PUA é um arqueólogo da singularidade, só recompensa e escala quando a mulher merece, se qualifica, faz algo único e especial. Nosso papel é fazer isso desabrochar, dando, nós mesmos, o exemplo, com nossa autenticidade e calor humano.

E assim foi. Eu estava convicto de que não iria beijá-la ou levá-la pra cama a não ser que ela fizesse algo por merecer, que ela demonstrasse sua singularidade. E naquela noite, naquela pequena interação de algumas horas, estava realmente interessado em descobrir algo único sobre aquela bela mulher. Algo além de sua beleza, de seu charme, de seu estilo elegante de se vestir e de seu atraente corpo. Eu queria singularidade.

Ela me mostrou, aos poucos. Desajeitado, talvez tenha parecido terapeuta demais com minhas perguntas, força do hábito. Mas, aos poucos, fomos nos revelando. Não dava pra só ela se expressar. Pareceria forçado. Realmente, pareceria um divã, como ela bincou. Eu também queria me abrir e mostrar minha singularidade. Falei de muitas coisas que gostava, do que fazia, do que me apaixonava. Ela respondia falando do que a encantava. Num certo momento, quando eu fazia uma pergunta esperando a qualificação dela, algo como "o que vc faz de diferente além de se debruçar nos livros", ela disse... "nada, sou preguiçosa, adoro ver tv, comer à beça e cuidar da minha avó". Mais despretensioso, impossível.

Mas vez aqui, vez ali, ela deixava sair, sem querer, traços de sua personalidade única, uma intelectual que adorava ler, tinha sido casada e adorava isso, não tinha mágoas do ex, e ainda era romântica. Gostava de MPB, e ARGH! Sertaneja! E aos poucos fui me encantando e sendo honesto no meu reconhecimento e admiração por aquele ser que ia conhecendo. Ao ler suas mãos - isso pra mim é mandatório, pois adoro quiromancia e acredito nisso e em outros oráculos - vi que era apaixonada e conservadora... quando confirmei com o signo, fiquei excitado ao saber que era de escorpião. As escorpinianas são apaixonadas e loucas, eu disse a ela. Naquele momento, nos conectamos, e senti que estávamos prontos para o beijo - e que beijo!!!! beijamo-nos loucamente, saboreando nossas salivas, mordiscando os lábios, num frenesi de alta conotação erótica. Dali, ela sugeriu um outro restaurante, onde poderíamos comer um sanduíche. Eu mandei uma declaração de interesse sexual, dizendo que seria ótimo se nós fôssemos pra casa, onde eu faria uma deliciosa massagem tântrica nela se ela mordiscasse minhas costas...

Ela riu, e disse que não naquela noite... continuamos a papear, a rir, a criar uma tensão sexual no ar, até que fosse muito tarde e ela precisasse partir.Liguei no dia seguinte, dizendo o quanto tinha sido divertido e que queria vê-la. Ela disse, "está combinado!"

Acabei voltando para minha namorada, e decidi que não quero administrar duas ou mais relações. Não pretendo ligar para a morena de novo, é uma pena, seria adorável conhecê-la melhor... ah, como é difícil ser carismático e manter seus votos...