Eu já estive em one-itis no passado, mas cada vez mais consigo me apaixonar sem passar por itis. Isso pressupõe o fortalecimento do amor-próprio e da auto-estima.
A poli-itis é a melhor vacina contra a one-itis. A melhor frase do mundo: não ponha todos os ovos no mesmo cesto. Diversifique seus investimentos. Faça policultura de amantes, a monocultura é arriscada.
Além disso, costumo dizer que o relacionamento com uma mulher é como andar no picadeiro, e é preciso colocar as redes de proteção embaixo para não se arrebentar se e quando cair, e as quedas sempre vêm, é natural...
Então, boas redes são: ter uma rede de amigos, ter uma vida independente, ter paixões fora as mulheres, praticar esportes, ter diversidade de interesses, diversificar os objetos de amor.
Para mim, one-itis é uma doença, é o lado ruim da palavra paixão, significando "pathos", patologia. Esta paixão é uma obsessão de alguém que tenta preencher seu vazio e carência emocional com outra pessoa, o que é impossível.
Por outro lado, o lado da paixão a que me refiro em meu post é da entrega completa à amante no momento do amor. O que não pressupõe exclusividade do amor, que para mim é totalmente anti-natural.
Sei que nem sempre o coração se parte em pedaços, mas quer saber? meu coração é feito de plástico, já se partiu tantas vezes que fiquei descolado... percebi que, como Nietzsche, o que não me mata me fortalece, e hoje ele é como bambu, enverga mas não quebra. E se tornou cada vez mais divertido me apaixonar.
A saída é não depender emocionalmente de uma só pessoa ou coisa, quem quer ou o que que ela seja. Dependência emocional não é sinônimo de amor, é carência e é uma marca de pessoas auto-centradas, que não são capazes de sair de seu próprio mundo para mergulhar no mundo do outro sem se afogar.
Me aponte um amante que nunca sofreu. Veja Vinicius, que amou e casou dezenas de vezes, e sempre que partia (e ele sempre partia quando o amor inevitavelmente esfriava) sofria. Mas se recompunha e voltava a amar. O coração de um amante se regenera como fênix.
Um amante não está preocupado em não sofrer, mas em se entregar ao momento plenamente, em valorizar o ser feminino que está diante dele, em se embeber dele, em se consumir em sua chama.
Por outro lado, um amante que não se ama não é capaz de amar plenamente, pois quem pode dar o que não tem? Um amante não está preocupado em ser amado, mas em amar.
Uma pessoa com problemas de amor-próprio e auto-estima é auto-centrado, e o amor ao outro pressupõe "sair de si" e "mergulhar no outro", desprendimento este que só são capazes de ter aqueles que estão suficientemente seguros de si mesmos para não se perderem no outro.
Quem está preocupado com o próprio ego não tem energia para ir além dos egos para promover um genuíno encontro de almas que é a marca do amor, que pressupõe entrega total.
Por isso, sugiro àqueles que são dependentes e carentes emocionalmente e ainda têm questões com sua própria auto-estima que fortaleçam seu jogo interno, cultivem seu amor-próprio e amadureçam emocionalmente para que sejam capaz de amar uma mulher sem estar preocupados em proteger seu próprio ego.
Amem-se, amantes! Para que possam amar de verdade!
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