
Conta Homero na Odisséia que Ulisses queria ouvir o canto das sereias, a cujo mavioso som todos os homens enlouqueciam e se lançavam à morte no mar, despedaçados nos atóis, em direção às belas e perigosas criaturas, metade peixe, metade mulher.
O que fazer? O ousado herói pediu a seus companheiros de navio, que o serviam fielmente, que o amarrassem fortemente ao mastro do navio, e que, em nenhuma hipótese o soltasse, mesmo que sob seus pedidos e ameaças de morte. Pelo menos não enquanto as sereias estivessem por perto, com sua beleza estonteante, cantando sua música enfeitiçadora e mortal...
Para proteger seus homens, Ulisses cobriu os ouvidos deles de cêra... E só ele pôde ouvir a música maravilhosa das Circes, como nunca outro homem tivera tal privilégio, sem pagar com sua própria vida, sendo levado pelas sibilosas sereias para o fundo do mar, juntando-se aos outros cadáveres...
Eu venci, como Ulisses.
Ontem recebi a notícia de que uma ex-namorada minha e atual amante voltara para seu ex-marido. Ela era um grande amor que havia ressurgido do passado, como a bela mulher que saíra do fundo de um lago e dançara comigo num sonho. Eu pensara que talvez ela pudesse ser a tal "mulher da minha vida" do meu sonho. E eu mal me curara de meu amor demais pela minha doce ex-namorada, que tanto mexera comigo. Na verdade, sinto que, como trigo, esses amores precisavam morrer para que nascessem pão, dando lugar a outros múltiplos amores com artigo indefinido, romances possíveis.
Agora não tenho O Grande Amor para me amparar, e me sinto sozinho em minha solidão poética. Isso é ao mesmo tempo melancólico, sinto-me desamparado, sem ilusões de romances, "pódio de chegada ou beijo de namorada". Isto é, ouvi o canto das sereias e sobrevivi a elas, e posso continuar a minha viagem com meus amigos piratas, sem o trágico destino da maior parte dos homens que se apaixonam por esse diabólico canto.
Mas isso é só o lado negro da Lua. O lado claro que se mostra é a total e indizível liberdade de um PUA! Doravante, e já se faz sentir, usufruo a liberdade de meu coração antes cativo, coração agora corsário que tem torrentes de paixão para se dar e de viver muitos amores, grandes ou não. Meu coração é como um sol radiante fiel, como Vinicius, à lei de cada instante: dessassombrado, doido, delirante, numa paixão de tudo e de si mesmo.
Meu momento é de redescoberta do que disse Ovídio: estou intimamente persuadido de que posso conquistar todas as mulheres que eu quiser. Acredito nisso do osso ao pescoço.
Ontem fui à The House com Alucard, meu amigo e irmão PUA de todas as horas e sarges, voltando ao meu lar pua, e conhecendo uma bela canceriana, uma "alma gêmea". É bom ser livre, pua e carismático.
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