
Essa foi tragicômica. Precico comentar com vocês, "amigos imaginários" e reais. Inacreditável, fui assaltado ontem à mão armada, eu e uma bela menina. Chamá-la-ei de Dindi.
Estávamos desolados e perdidos, e fomos juntos à delegacia. Lá chegando, já refeito do susto inicial. Foi aí que comecei a reparar melhor na beleza de minha companheira de tragédia. Comecei a brincar com ela, com o insólito da situação, de como aquela situação surreal nos aproximara, e eu me sentia tão íntimo dela. Engraçado isso, é um fenômeno comum nos apegarmos a pessoas com quem passamos maus bocados juntos. Se ela for atraente, tanto melhor. Dindi, além de tudo, era aquariana com ascendente em libra (não estava certa), escrevia um blog secreto (como eu) e era museóloga, o que a aproximava das artes, da história e da cultura. Não por acaso, assuntos que adoro discutir, paixões que amo em minha vida. Como um natural, que mais posso querer do que discorrer sobre o que mais gosto na vida?
Eu falara de meu gosto pela poesia e chegara a citar alguns versos de cor, e ela confessou ser, também, poetisa, escrevendo em seu blog secreto. Achei fascinante, e contei do meu próprio, falando do meu nome Giacomo Baco. Ela riu, por entender de mitologia. Me contou até como foi o surgimento das musas do nascimento entre o poder de Zeus e a Deusa da Memória. Interessante, estávamos trocando, ela tinha o que acrescentar, FUNDAMENTAL!
Não entrei em detalhes da minha vida, mas disse que tinha uma "second life!". Contamos histórias um ao outro, ela me contou como começou a fazer museologia depois de quebrar uma estátua valiosa de sua mãe e tentar remendá-la (boas gargalhadas!hehehe) e eu retruquei com a história do Vicomte de Valmont e a Marquesa de Merteuil em Ligações Perigosas.
A convidei para irmos a uma festa no Leblon onde rolava poesia, música, teatro e vinho, bem a cara de Baco. Ela relutou um pouco, mas acabou indo trocar de roupa rápido (morávamos no mesmo bairro, Copa, que coincidência, vizinha!) e voltou ainda mais bela, com uma calça jeans que parecia o rabo indigo blue de uma sereia, e uma blusa rosa de naylon e cabelo preso em rabo-de-cavalo que a faziam uma autêntica musa de um poeta.
Lá chegando, nos deliciamos com a música de Jorge Benjor, a dança de índios e a poesia de Drummond. Eu, que até então não cogitava beijá-la, não resisti a seus encantos (fraco! meu coração pertence a outra e ainda me deixo ceder às tentações!) e quis beijá-la. Ela continuou a dançar, fazendo pouco caso de minhas investidas. Fiquei ao mesmo tempo frustrado e contente por ela não ter se rendido plenamente ao sedutor. Queria guardar algo para o próximo encontro... Será que haverá outro?
Fomos embora em seguida, felizes pelo desfecho feliz de uma noite que poderia ter sido apenas trágica.
Um comentário:
Merda?! Que fim deu essa hist�ria?!?!??!
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